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Técnicas de memorização – Trabalhando bem o cérebro

  • Renan Ribeiro
  • 20 de fev. de 2017
  • 7 min de leitura

Você se mata de estudar inglês, mas tem dificuldades de memorizar o que aprende? Leia este post e aprenda excelentes técnicas para memorizar com mais facilidade tudo o que aprende.

Em primeiro lugar devemos entender que técnica de memorização não é sinônimo de decoreba e nem faz milagres. Só é possível realmente memorizar aquilo que entendemos. Assim sendo, as técnicas não funcionam como ferramentas de aprendizado, mas sim como simples maneiras de tornar o esquecimento daquilo que aprendemos menos possível.

Assim como qualquer outra parte de nosso corpo, o cérebro precisa de exercícios para manter sua capacidade produtiva. Se não treinamos e condicionamos nosso cérebro a manter-se sempre ativo (se fazemos as coisas “no automático”, sempre seguimos padrões, as mesmas rotinas), com o tempo o cérebro vai ficando preguiçoso e começa a falhar.

Entendendo então que exercícios que estimulam nosso cérebro a trabalhar de forma ativa diferente dos padrões que estamos acostumados nos ajudam a manter a mente saudável e produtiva, seguem algumas dicas com técnicas e exercícios para criar esse estímulo ao cérebro e que nos ajudam a memorizar com qualidade aquilo que aprendemos e como aplicar isso com o estudo da língua inglesa.

Dividiremos essas técnicas de estudo em 2 partes. Hoje falaremos sobre atividades que trabalham o cérebro de uma forma que a memorização seja mais rápida e a longo-prazo e, no próximo post, falaremos sobre técnicas de organização no estudo que ajudam o cérebro a memorizar o que aprendemos com maior qualidade. Então aí vai!

Utilize os dois lados do cérebro

O lado do esquerdo do cérebro é o que trabalha com a razão, números, palavras, enquanto o lado direito trabalha com as emoções, imagens, ritmos, sensações. Então as palavras e regras gramaticais (a parte linguística) são trabalhadas pelo lado esquerdo, mas as situações, histórias, músicas e imagens que associamos às palavras são trabalhadas pelo lado direito.

O detalhe importante é que memorizamos com muito, muito mais facilidade as coisas que contém emoção (lado direito). Afinal, alguém esquece a perda de um ente querido? Abordemos as emoções boas também: um fanático por futebol não esquece a conquista de um grande campeonato. Você consegue se lembrar de qual era a posição de seus sapatos antes de sair de casa no último sábado? Agora se quando fosse calçá-los encontrasse um rato dentro provavelmente ia se lembrar disso por muitos anos, talvez jamais esquecesse.

Aplique no aprendizado do inglês atividades e exercícios que envolvam emoção. Em sala de aula, em atividades que os alunos tinham que praticar diálogos, eu os fazia levantar, visualizar a cena e interpretar de forma expressiva as frases, para que dessa forma a emoção e o lado direito do cérebro fosse trabalhado. Se o personagem do diálogo fosse uma mulher o aluno tinha que andar como uma mulher, falar com voz de mulher; se estivesse brigando ele tinha que gritar; se estivesse chorando ele tinha que encenar o choro; se estivesse dormindo tinha que deitar-se. Fosse pela vergonha pela cena engraçada, pelo medo, pela alegria de acertar o diálogo na frente da turma, a emoção era trabalhada, para o aluno que fazia parte do diálogo e para o aluno que apenas assistia. Surpreendentemente (ou nem tanto assim), esses alunos lembravam-se depois de anos até mesmo dos primeiros diálogos. Eles se lembravam da história, de alguma cena específica que foi engraçada ou de algum mico que alguém teve que pagar, e junto com tudo isso se lembravam das palavras e frases do diálogo.

Veja alguns exercícios que o ajudarão a trabalhar os dois lados do cérebro para memorizar palavras e frases em inglês:

  • Estude através de músicas – músicas trabalham em quase 100% nosso lado emocional. É comum quando ouvimos alguma música nos lembrarmos de alguém, de um dia no parque ou na balada onde ouvimos uma música ou alguma situação relacionada à música. Além disso, lembre-se de que aprender a cantar uma música não precisa de esforço, apenas que você à escute com frequência. Se alguém começar a cantar uma música que você já ouviu diversas vezes você provavelmente é capaz de continuar cantando junto com ela. Isso prova que aprender a cantar músicas é uma excelente forma de memorizar frases em inglês. (Clique aqui e veja nossa série sobre como estudar inglês com músicas)

  • Memorização por ritmos – Além das músicas que você, dar um ritmo a frases que você aprende é uma ótima forma de fixar a frase. Repita a frase com um ritmo como se a estivesse cantando, bata em algo fazendo o ritmo ou até mesmo assovie. Isso sempre me serviu para memorizar números de telefone ou de documentos, listas de palavras ou uma lista de compras, e com inglês não foi diferente. E além de ajudar a memorizar, no caso do inglês isso ajuda com a pronúncia e entonação da frase.

  • Visualize e vivencie – Quando criamos uma imagem em nossa mente, nosso cérebro não sabe distinguir se isso é real ou não e guarda a informação como se fosse uma imagem que realmente vimos (no seu lado direito). Ao aprender que “how’ve you been?” serve para perguntar como alguém está em uma situação formal, não fique repetindo a frase de forma vazia esperando memorizar. Feche os olhos e visualize você cumprimentando seu chefe ou conhecendo o prefeito de sua cidade, todos com terno e gravata em um ambiente super sério e formal. Da mesma forma, ao aprender que “what’s up dude?” equivale à um “eae mano?”, ou “ Suave?”, ou até “de boas parça?”, feche os olhões e visualize que está encontrando aquele amigo meio doido, de boné e roupas largas, e que o está cumprimentando, fazendo aquele toque que só vocês sabem. Isso o ajudará a memorizar a expressão e a situação em que ela deve ser usada.

  • Faça associações – Fazer associações de palavras à algo que já está em sua memória faz com que seu cérebro automaticamente crie um link para algo que você já conhece e te ajuda a lembrar com mais facilidade. Para lembrar da palavra “easy” e “hard” me lembro de quando tinha escolher os níveis videogame. Quando vejo a palavra “sucker” me lembro do desenho Tom e Jerry, quando Tom apanhava e aparecia escrito na tela a palavra “sucker” e o narrador dizia “idiota/otário”. Para a palavra “sleep” me lembro de uma loja de colchões que tem perto de casa. Essa técnica funciona para lembras as palavras que conhecemos como para criar associações para as palavras novas que aprendemos. Ao aprender que “never” significa “nunca” fiz uma associação com “neverland” que é a terra do nunca. Quando descobri que “walk” significa “andar” fiz uma associação ao “moonwalk” do Michael Jackson e da impressão de que dá ele está andando na lua ou flutuando. A parte mais interessante dessa técnica é que ela é livre e diferente para cada um. Uma associação que faz sentido para uns não faz para outros. Então seja livre, seja criativo e procure criar associações que funcionarão como um gatilho para sua memória, fazendo com que você lembre imediatamente através no link que você criou.

  • Técnicas mnemônicas – Entre diversas formas de usar as técnicas mnemônicas, vou destacar a de criar links através de trocadilhos e histórias abusrdas ou ridículas para que lembre-se de algo. Ao invés de explicação darei alguns exemplos:

  • Ouvi um urso BEARrando ontem à noite.

  • Meu melhor amigo é um BESTa.

  • Eu não SAY o que dizer.

  • Silvester Stallone no filme HUMBLE é uma pessoa muito humilde.

  • Eu FISH um peixe frito ontem muito gostoso.

  • Se eu tomar café com LATE eu fico acordado até tarde.

  • Antes de pedir uma vodka eu sempre pergunto e se tem ASKov.

Essas associações, mesmo parecendo bem idiotas, além de ficarem guardadas por um longo prazo elas criam um gatilho muito rápido em nossa mente e nos ajudam a lembrar dessas palavras quando precisamos usá-las.

Mais uma vez eu digo, seja criativo e faça trocadilhos e associações que vão te ajudar a lembrar de imediato como se diz algo. Não se preocupe se está certo ou errado ou com o que os outros vão pensar, pois essa associação é pessoal e se ela for boa para te fazer lembrar, isso já basta.

  • Utilize os 5 sentidos – Dos 5 sentidos que o ser humano possui, 3 deles são essenciais no aprendizado. Já que o olfato e paladar não são utilizados no aprendizado do inglês (a não ser que seja uma aula de culinária), a audição, visão e tato são os 3 canais que trabalhamos na aprendizagem: canal auditivo, canal visual e canal cinestésico. Segundos testes, a maior parte das pessoas aprende melhor pelo canal cinestésico (aprende pelos movimentos, quando faz na prática), depois vem as pessoas que aprendem pelo canal visual (através do que vê), e uma grande minoria, menos de 7%, são as que aprendem pelo canal auditivo (quando ouve). Procure trabalhar os 3 canais quando estiver estudando inglês. Ouça com atenção, olhe para cena, imagem ou texto enquanto estiver ouvindo, e pratique (fale ou escreva) o que acabou de aprender. Assim você conseguirá trabalhar 100% enquanto estiver aprendendo. Por isso filmes e séries são ótimas ferramentas de estudo. Além disso, saber qual o seu canal de aprendizagem mais desenvolvido lhe ajudará a estudar de forma mais produtiva e lhe permitirá trabalhar para desenvolver os outros canais. (Clique aqui e faça um teste para descobrir seu canal de aprendizagem)

Para finalizar essa primeira parte sobre as técnicas de memorização, digo que a memorização do estudo está intimamente ligada ao prazer do pelo que está fazendo. Nosso cérebro não faz esforço algum para memorizar algo que é feito sem tesão, já quando fazemos algo que gostamos, estimulamos o cérebro a pensar nisso consciente e inconscientemente. Isso fica guardado naturalmente em nossa memória. Portanto, encontre uma forma de estudar inglês que você goste. Seja com filmes, músicas, livros, jogos de videogames, internet ou qualquer outra ferramenta, o estudo vai ter muito mais qualidade quando você gostar do que está fazendo. Tudo depende de você encontrar a maneira ideal estimular seu cérebro.


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